Esse sábado, 08.08.2020, foi o curso de observação astronômica, em Ubatuba, e eu quero deixar registrado minha felicidade.
Em primeiro lugar, como qualquer novo projeto, rola uma certa dúvida. Nesse caso, o desafio era apresentar astronomia básica para pessoas que, francamente, não se interessam por astronomia. Raras pessoas param para olhar o céu e identificar planetas, constelações, estrelas e outros corpos celestes.
Esse primeiro obstáculo, porém, serviu para emprestar um quê de ineditismo ao projeto: diversos lugares ensinam e estudam astrologia, mas poucos ensinam e estudam a observação do céu. É muito fácil arranjar um bom software astrológico, mas muito difícil encontrar um lugar escuro para observar o Céu.
E o final de semana foi, sem dúvida, de ouvir e de entender estrelas.
No Green Haven (Instagram e Facebook), na primeira noite, tivemos a oportunidade de passar horas no ofurô, debaixo de Júpiter e Saturno, conversando sobre a vida. Nessa noite, conversando com outros hóspedes, descobrimos que um deles participou, inadvertidamente, de um ritual, exercendo o papel do Sol em uma comunidade de mulheres. O sobrenome do hóspede? “Celeste”. Uma ótima sincronicidade para um curso de astrologia e pessoas no meio do Rito do Sol.
Na tarde de sábado, a aula de observação astronômica foi transmitida via Zoom (e está disponível no Fórum – entre em contato para conseguir acesso gratuito).
Pouco depois, embarcamos na Praia do Perequê-Açu, na frente do Hostel, e seguimos para a Ilha do Prumirim. Saímos com o céu nublado, mas, já no meio do caminho, a noite se abriu (e eu posso ou não ter feito uma oferenda pra isso). O traslado foi feito pela Let’s Go Ubatuba, que garantiu ainda um jantar com peixe pescado por eles, vinho e vegetais plantados pelo Hostel.
E, meus amigos, que céu.
Paramos na ilha, deserta, e ficamos horas e horas olhando pro céu: o Cruzeiro do Sul, a Via Láctea, Scorpio e Antares (a Luz de Uriel), Bootes e Arcturus, Libra, Sagitarius, Saturno e Júpiter e tantos outros corpos celestes se apresentaram no céu limpo.
Compartilhamos a comida, a bebida e o vinho. E voltamos.
E, na volta, a Lua e Marte subiram ao céu, pra nos presentear um pouco mais.
Esse projeto nasceu da vontade de fazer algo novo, criativo e bom, para todos os envolvidos. É difícil, atualmente, defender que algo é objetivamente bom. Mas a transcendência, se tornar um pouco melhor do que se é, mudar e viver algo diferente é algo bom em si.
“Toda Mudança é Bela.”
“A experiência transcendente, quando colocada em palavras, francamente, não tem tradução. Torna-se quando muito uma sucessão de clichês ou algo mais.” Por isso eu me despeço aqui, agradecendo a todos os envolvidos, convicto que esse projeto será repetido muitas outras vezes.