Por que todo mundo deveria estudar Magia Cerimonial.

As práticas mágicas não são novidade nenhuma. Na verdade, provavelmente, desde a idade média, não se escreve nada novo. É tudo cópia de uma cópia de uma cópia. E como Xerox de Xerox, você fatalmente perde alguma informação.

Não é nenhum mistério que o Catolicismo é a religião mais bem sucedida do mundo. Tão bem sucedida que até outras religiões e práticas mágicas tomaram para si alguns dogmas católicos que desvirtuam a essência dessas outras religiões e práticas mágicas.

Citando Lars Von Trier, é um mistério por que as religiões tomam para si as coisas mais odientas do catolicismo e simplesmente ignoram as coisas boas.

Duas das catolicisses que mais causam prejuízo mágico-religioso são a humildade e o sentimentalismo.

De um lado, a humildade procura colocar o ser humano sempre um degrau abaixo na hierarquia cósmica. O operador (nas religiões que acreditam em alguma espécie de incorporação) é um “cavalo” ou “meio” pelo qual a entidade se manifesta. Não raro as entidades recebem o título de mentor ou mestre.

Nada contra o aprendizado que, por vezes, advém de entidades desencarnadas. Pessoalmente, ainda, acredito que ouvir e aprender são sinais de inteligência (não de humildade). Mas o tópico central da Queda do Paraíso não é punição, mas liberdade: Não tivesse Eva desobedecido D’Us pairaria dúvida sobre o Livre Arbítrio. E, no fim, este é o fundamento de toda ação humana, o Livre Arbítrio (nem que seja o livre arbítrio de ser escravo de entidade).

Por outro lado, o sentimentalismo é elemento essencial do Catolicismo (e de outras religiões com Catolicisses). “Se não for de Coração, não vale nada”. O contraste com outras práticas e filosofias é gritante. Um dos Odús de Ifá conta da vez em que Orunmilá foi orientado a fazer um ebó a Eshu e não queria. Após insistência de sua esposa, fez o ebó e o jogou contra a cara de Eshu. Eshu agradeceu, ficou muito feliz, aceitou o ebó e foi fazer seu trabalho. Ainda que feito de má vontade, a prática produz efeitos.

Não convém jogar fora o bebê junto com a água do banho, claro. A crítica à humildade não é uma justificativa para a prepotência, nem a relativização do sentimentalismo pretende uma abordagem estéril da magia.

A Magia Cerimonial se beneficia de ambos(e por vezes requer). Mas algo que a Magia Cerimonial faz de diferente das catolicisses é colocar o Homem no centro do Universo, sendo aquele que faz a ponte entre o Céu e a Terra. O Magus no centro do Círculo é a Imagem e Semelhança de Deus, podendo com isso requerer a resposta clara e a apresentação em forma bela e agradável das entidades convocadas.

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