Nos quatro primeiros textos expusemos as bases da geometria magística, as Cruzes, o Primeiro Triângulo e o Segundo Triângulo. Neste texto, o penúltimo da série, avaliaremos o Terceiro Triângulo, o das Casas III, VII e XI.
1) O Terceiro Triângulo (Casas III, VII e XI).
A Casa III possui atributos bem diversos: simboliza as viagens curtas, escolaridade primária, irmãos, vizinhos, cartas e mensagens. Eu gosto de pensar nela como o “singular” do “coletivo” da Casa IX: a Casa III representa as ideias enquanto a Casa IX representa as filosofias enquanto conjunto de ideias organizado, interdependente e coerente entre si.
A Casa VII representa o cônjuge, os contratos e os inimigos. Pessoalmente, eu chamo a Casa VII de “Casa dos Relacionamentos Bilaterais”. É a casa que exprime os contratos (e casamento é contrato) entre duas pessoas em pé de igualdade. É onde existe o toma lá dá cá (tenham em mente que quando existe uma relação de autoridade estamos falando da Casa VI, os servos, ou da Casa X, os chefes e patrões).
A Casa XI representa a boa sorte e bons amigos. A Astrologia Moderna também associa às relações com entidades coletivas (partidos políticos, sindicatos, empresas, etc.) e eu gosto dessa inserção porque acrescenta uma camada “faltante” da realidade.
2) As Relações Entre as Casas III, VII e XI.
Mantendo a análise Triangular, as Casas III, VII e XI tendem a manter aspecto de Trígono entre si, de forma que as energias envolvidas nestes temas tendem a ser semelhantes, como é natural que sejam.
Pessoas se atraem pelos interesses e ideias semelhantes e compreendem ou toleram as diferenças na medida de sua maturidade e respeito mútuo. Não é o tema do texto, mas, via de regra, a maturidade dos indivíduos é mais relevante para o sucesso do casamento do que a sinastria. A crença de que “os opostos se atraem” tende a ser muito mais uma tentativa de justificar um relacionamento disfuncional do que uma verdade universal.
A natureza das ideias do indivíduo (o temperamento dominante delas) tende a ser determinante a respeito dos parceiros e amigos escolhidos, cativados e cultivados. A Astrologia traz para o mundo uma percepção mágica: quem somos em conjunto com onde estamos tende a criar a resultante de nossas vidas. Nossas ideias e crenças são determinantes de nossos amigos, parceiros e networking, ou, pelo menos, dos amigos, parceiros e networking que se mantém.
É possível manter conhecidos por frio interesse, mas, via de regra, esse interesse é mútuo (o que fala muito a respeito de todos os envolvidos) ou não dura. Da mesma forma, com enorme frequência, o cônjuge é uma progressão natural dos amigos, assim como as relações com as entidades coletivas.
Não é sensato, obviamente, estabelecer uma relação de causalidade entre as casas, mas é pertinente avaliá-las em conjunto, já que isso pode expor um denominador comum que falará muito a respeito do nativo.