Nos três primeiros textos (Parte 1, Parte 2 e Parte 3) fizemos uma análise dos princípios básicos da geometria magística e suas consequências na Astrologia. Hoje avaliaremos o que eu chamo de “Triângulo da Riqueza” (Casas II, VI e X), que foi o que levou a estes textos.
1) O Segundo Triângulo (Casas II, VI e X).
A Casa II é chamada de “Casa das Posses”. Ela diz respeito primordialmente às propriedades do Eu, suas riquezas, sua relação com as riquezas. Diz respeito também à nutrição (o que, convenhamos, na antiguidade/idade média estava diretamente relacionada com as riquezas).
A Casa VI é uma das minhas favoritas e com mais espaço para filosofar. Na Astrologia Tradicional ela representa as Doenças, os Servos e o Gado Pequeno. Al Biruni a relaciona ao excesso de trabalho e Zoller a relaciona às habilidades que desenvolvemos. A Astrologia Moderna atribui à Casa VI a “Saúde” e o Trabalho.
A Casa VI merecerá um texto mais aprofundado (visto que é uma das minhas favoritas) mas o tema central dela é, para mim, a interação do Eu com o Mundo. Isso ocorre na forma de doenças (como seu corpo reage ao mundo) e o “trabalho técnico” (como você muda o mundo). Nesse caso, o trabalho técnico do cirurgião é a habilidade manual, do psicólogo é a compreensão humana, do vendedor é a lábia, etc.
À Casa X se atribui a profissão, carreira, negócios, promoções, honras, governantes e também a Mãe. Pessoalmente, eu costumo associar a Casa X a “como os indivíduos enxergam seu trabalho”. Pode ser a apreciação dos chefes, pode ser a apreciação dos clientes.
2) As Relações Entre as Casas II, VI e X.
As três casas (II, VI e X) tendem a entrar em sinergia elemental (explico isso aqui), o que significa que o Elemento preponderante na Casa II, na Casa VI e na Casa X tende a ser o mesmo. Por isso, a forma como a pessoa se relaciona com as posses e riquezas, suas habilidades de trabalho técnico e como os patrões e clientes a enxergam tendem a ser semelhantes.
Vale dizer, uma pessoa que possui signos do elemento Ar neste triângulo, tende a possuir habilidades de comunicação e diplomacia no trabalho técnico, tende a ser vista pelos seus clientes e patrões como uma pessoa comunicativa e criativa e tende a ter sua capacidade de aquisição de riqueza relacionada a contatos pessoais e capacidade de troca de informação.
Da mesma forma, uma pessoa estável em uma das casas (com predomínio de signo do Elemento Terra) tende a ser vista como estável e organizada nas demais.
Isso, obviamente, está sujeito à avaliação de todo o resto do mapa, porém, para o astrólogo, uma das coisas mais importantes é entender uma máxima da vida profissional:
“A competência técnica, a capacidade de se vender e o quanto dinheiro se ganha são grandezas distintas, que se conversam, mas não se determinam.”
Não raro a pessoa com maior competência técnica é preterida em função da pessoa que melhor se relaciona com os colegas, que se vende melhor ou que, simplesmente, tem sorte. Isso acontece e é normal, cabe a cada um fortalecer os elos mais fracos da própria corrente.
Avaliar a relação das casas do “Triângulo da Riqueza” entre si permite uma avaliação mais abstrata da vida profissional do indivíduo e como tende a se dar sua relação com o dinheiro, o trabalho e os patrões.
Isso não significa definir uma profissão, pois existe espaço para os mais diversos perfis em cada carreira, mas auxilia a esclarecer os valores e talentos de cada profissional.