Geometria Magística e Astrologia Parte 3: O Primeiro Triângulo.

Nos dois artigos anteriores sobre o tema (aqui o primeiro e aqui o segundo) foram exploradas as bases para os estudos de geometria magística e as três cruzes (Cardinal, Mutável e Fixa). Agora vamos explorar o primeiro triângulo elemental das Casas Zodiacais, as Casas I, V e IX.

1) Os Triângulos Elementais.

Conforme mencionado nos textos anteriores, as relações de aspectos se dão entre signos e com base mais na geometria e nos elementos do que em graus (um planeta no grau 29 de áries não faz conjunção com outro no grau 1 de touro, porém, um planeta no grau 10 de áries e outro no grau 15 de áries faz aspecto de conjunção).

Além disso, mencionamos que as casas zodiacais não se distribuem igualitariamente, sendo certo que nem sempre as casas do ascendente e do meio do Céu farão aspecto de quadratura, por exemplo.

Dito isso, sabemos que os signos de uma mesma triplicidade elemental fazem um aspecto de trígono (triângulo), estando separados um do outro por um arco de 120º. Em virtude disso, tende a haver o domínio de um determinado elemento nas casas que aspectam entre si por trígono, quais sejam, as Casas I, V e IX; as Casas II, VI e X, as Casas III, VII e XI, e as Casas IV, VIII e XII.

2) As Casas I, V e IX.

A Casa I, também chamada de O Ascendente, marca o lado da eclíptica que está ascendendo no horizonte (de forma bem geral, do lado Leste, mas não no Leste Geográfico). Tradicionalmente, representa a vida, vitalidade, energia vital, o corpo e a aparência do indivíduo. Na Astrologia Moderna se deu o significado também da “Personalidade” do indivíduo. Considero isso uma simplificação indevida: “Personalidade” é uma palavra “guarda-chuva” que envolve uma miríade de elementos que se encontram representados por diversas casas e planetas.

A Casa V é a significadora dos prazeres do indivíduo: seus passatempos, hobbies, férias, diversões, criatividade, roupas, sexo e (por consequência do sexo) os filhos. É um erro atribuir o sexo à Casa VIII, assim como é um erro atribuir aos signos a regência das casas (Signo não rege nada). Eu gosto de definir a Casa V como a “Casa dos Prazeres do Eu”, ou aquilo que o consulente faz para o próprio prazer, sem a necessidade de obrigações ou compromissos.

A Casa IX é a Casa que representa “os estudos superiores”, as religiões, as filosofias, longas viagens, astrologia, “agudo discernimento” e adivinhação. Pessoalmente, entendo que a Casa IX é uma das que precisa de uma tradução mais cuidadosa para os nossos dias. O Núcleo Central dela, para mim, é “As Filosofias”, significando Filosofia “o Corpo de Conhecimento Inter-Relacionado” do Nativo. Outro aspecto complementar desse primeiro diz respeito à relação do nativo com as egrégoras espirituais. A íntima relação das egrégoras, religiões, filosofias, ordens magísticas e a vida após a morte são temas para um texto adicional mais monográfico sobre a Casa IX.

3) As Relações Entre as Casas I, V e IX.

Conforme mencionado, as Casas I, V e IX tendem a formar um trígono entre si, o que significa elas tendem a ser dominadas em sua cúspide pelo mesmo Elemento (Ar, Fogo, Água ou Terra). Por consequência, tende a haver uma similitude em como tais casas se apresentam na vida do Nativo. Pessoas com o Ascendente em signos de Terra tendem a ter a Casa V em signo de Terra e a Casa IX igualmente em signo de Terra, por exemplo.

Isso sugere a possibilidade de análise das Casas I, V e IX como “desdobramentos” os prazeres do indivíduo derivam de quem ele é e da filosofia de vida que ele segue. Trata-se de mais uma evidência do caráter complexo e holístico da personalidade, que não pode ser refletida em uma única casa. Aqueles que se interessam pela Teoria Freudiana (porque esse não é meu campo de Estudo), poderiam aproximar a Casa I ao Ego, a Casa V ao Id e a Casa IX ao Superego.

Para a Astrologia, notoriamente para a Prática Astrológica, isso fornece uma base para a a avaliação do indivíduo enquanto ser complexo resultante da interação entre o Eu e o Mundo, o que em termos de filosofia e ciências humanas não é nenhuma novidade, mas agrega à visão da Alma como Filha do Céu e da Terra.

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