Qual o Regente de 2021? E por que é Saturno (e não Vênus)?

Neste texto vou explicar (de novo) porque 99% dos textos de astrologia que vão falar que 2021 vai ser regido por Vênus estão errados e ensinar o cálculo correto. Quem quiser a explicação longa e em vídeo, ela está aqui:

I. O que é Astrologia Mundana?

A Astrologia Tradicional se divide em diversos ramos: Astrologia Natal (análise do mapa do nascimento da pessoa), Astrologia Eletiva (análise do melhor momento para determinada ação), Astrologia Horária (oráculo astrológico), Astrologia Médica (uso da astrologia para diagnóstico e tratamento de doenças), a Astrologia Mundana, dentre outros ramos.

A Astrologia Mundana avalia os movimentos macro da humanidade. Normalmente envolve a avaliação de períodos maiores de tempo, países, dinastias, governantes, guerras, pestes, clima e desastres naturais.

Na aplicação dos textos clássicos aos tempos modernos, algumas adaptações acabam sendo feitas com mais ou menos fundamento. Reis viram governantes, dinastias viram Partidos Políticos e, a Astrologia Financeira entra em jogo, apesar de alguns autores tratarem como um ramo próprio da astrologia.

II. O que é e como é feito o Cálculo do Regente do Ano?

O regente do Ano representa o “Tom Geral” do ano para um determinado país.

O cálculo é feito com base na Carta do Ingresso do Sol em Áries na Capital do País, mas também é bom fazer a Carta do Ingresso do Sol em cada uma das estações e calcular separadamente.

Existem duas formas mais famosas de calcular o regente (que eu encontrei).

A primeira delas é a mais clássica, o Cálculo do Almúten, no qual se procura ver qual o planeta mais forte na Carta do Ingresso.

A segunda forma de cálculo é apresentada por William Ramesey em seu livro Astrologia Munda, p. 50. É um cálculo longo, com diversas condicionais, mas que se resume a procurar primeiro o planeta mais angular, depois o regente da hora ou do dia do ingresso, etc, etc, etc.

Tendo a usar o método do Almúten para calcular o regente, posto que as Casas Astrológicas (fundamentais no método de Ramesey) tem significadores muito mais específicos. O cálculo do Almúten tem como incômodo que os planetas superiores (Marte, Júpiter e Saturno) têm mais chance de serem Regentes.

III. Quais os Regentes de 2021?

Primeiro, o Regente de 2021 (que começa astrologicamente em 20 de março de 2021) é Saturno em Aquário, porque ele está domiciliado!

O fato de que Saturno está domiciliado em Aquário na Casa XI, conjunto com Júpiter, sugere um ano melhor que os últimos dois anos e meio, em que Saturno esteve domiciliado em Capricórnio. Se Saturno em Capricórnio sugere rigidez e restrição, Saturno em Aquário sugere inovação, mudanças e liberação. Com um pouco de sorte, a economia começa a se recuperar. Acredito que haverá uma mudança também na postura do Governo, que provavelmente vai começar a tentar agradar os setores sociais mirando numa tentativa de reeleição.

Em termos de “sub-regentes”, devemos dividir o ano nas estações, estando o Verão regido pelo Almúten do Solstício de Verão de 2020, o Outono por Saturno (como explicado acima), o Inverno pelo Almúten do Solstício de Inverno e a Primavera pelo Almúten do Equinócio de Primavera.

O Regente do Verão será Saturno, mas com forte influência de Marte, pois ambos os planetas estão domiciliados e angulares.

O Verão de 2021 provavelmente será uma fase conflituosa. É de se esperar brigas, rompimentos, términos, tempestades e tragédias climáticas. Divórcios e brigas de família provavelmente serão um tema recorrente.

O regente do Inverno de 2021 vai ser Saturno em Aquário, de novo.

Vale aqui a mesma análise feita acima: provavelmente veremos mudanças estruturais no governo, mas mantendo o governante uma posição beneficiada. Também é um momento em que assuntos de casa e imóveis estarão favorecidos.

Por fim, o regente da Primavera de 2021 também será Saturno em Aquário, mantendo o movimento de mudanças estruturais.

Aqui, porém, ao contrário dos demais meses, o Governante está BEM mal posicionado. Saturno está na Casa XII (a mais maléfica) e incomodado por Marte. As perspectivas de reeleição, na minha opinião, são bem ruins.

IV. E Vênus?

Vênus não é a Regente de 2021.

Essa história é a continuidade de uma modinha que começou em 2017 falando que 2017 era ano de Saturno, 2018 era ano de Júpiter, 2019 ano de Marte, 2020 ano do Sol, etc. Em NENHUM lugar fora do Brasil se falou isso. NENHUM  autor tradicional fala isso. NENHUM “astrólogo” que falou isso apresentou qualquer cálculo pra justificar isso. Essa afirmação não tem fundamento ASTROLÓGICO e foi tirada da bunda por quem quer que tenha escrito. 

Não é nenhum problema jogar Tarot ou búzios (ou qualquer outro método divinatório) para avaliar o Ano que se aproxima, mas isso não é astrologia. De novo: se não tem Céu, não tem Astrologia.

Infelizmente, como é um “cálculo” fácil, é fácil de publicar e alcançar as publicações de massa, por consequência, essa informação (copiada e colada) se torna onipresente.

V. Comentários Finais.

A Astrologia tem um “regente do Ano” e ele precisa ser calculado no Mapa do Ingresso. Em virtude disso, no cálculo do Almúten, alguns planetas têm “vantagem”.

Saturno vem regendo o ano (grosseiramente e em cálculo de padaria) desde 2016 porque foi nesse ano que ele entrou em Capricórnio e depois de Capricórnio ele vai para Aquário. Isso dá aproximadamente cinco anos de regência de Saturno. Obviamente, no meio do caminho, aparece um Marte em Escorpião ou Áries, um Júpiter em Sagitário ou Peixes, que quebram um pouco o tom de Saturno nesses anos, mas é inegável que Saturno é a força primordial.

O método de Ramesey é mais “democrático”, permitindo que todos os planetas, em teoria, governem o Ano. Embora isso seja equilibrado, não é um motivo determinante para preferir um ou outro método: os planetas Superiores (Marte, Júpiter e Saturno) possuem maior relevância na Astrologia Mundana, de fato.

A única conclusão possível a respeito do regente do Ano é: é FUNDAMENTAL levantar a Carta de Ingresso e avaliá-la detidamente. Qualquer pretensão de usar uma data retirada do calendário civil, numerologia, Tarot ou o que quer que seja, pode até ter fundamento, mas não é fundamento ASTROLÓGICO.

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